O Túnel do Tempo
O voo da estirpe 02
Adriana Vargas
Vivemos
o tempo todo ao lado de nossa alma gêmea e não percebemos...
Como
Clarice poderia provar que todos os detalhes e sentimento, não eram frutos de
sua imaginação? E de que forma poderia impedir seu grande amor de morrer, se a
prova de tudo que sabe está dentro de sua mente, arraigada nas lembranças?
Por
essa, Clarice não esperava - para encontrar seu grande amor, Klaus, deveria
antes, apaixonar-se por Enzo, um francês incomum, que lia pensamentos e
conversava com seres invisíveis. Tudo acontece entre a paixão sórdida por Enzo
em 2012, e o amor torrencial por Klaus, nos anos loucos glamourosos de 1920. Um
romance sedutor com foco no sobrenatural, que viaja pelo tempo, deixando marcas
profundas em quem se permitir ser conduzido para dentro da trama.
Biografia da autora:
Adriana Vargas
é formada em Direito pela UCDB; residente em Campo Grande – MS.
Escreve
desde os sete anos de idade e teve participações com menções honrosas em
diversos concursos literários. É autora das obras: O oitavo pecado, O voo da
estirpe, O segredo de Eva, Até o amanhecer, Encontro de alma e Inocence.
Coordenadora do Clube dos Novos Autores,
agente Literária, assessora literária freelance da Editora Modo, Sollo e
Studio, ganhou o prêmio INTERARTE 2012 com seu romance O Oitavo Pecado, e teve
seu livro O voo da Estirpe, como destaque do mês de Outubro pelo blog literária
da MTV.
Déia comenta....
Gostei do
prólogo do livro, e como vocês poderão ver abaixo, achei o tema interessante,
viagem no tempo, o mundo sobrenatural em si já é maravilhoso para mim, juntando
isso a ser um romance que é de época, parte dele se passa em 1920, eu com toda
certeza vou ler! Com o que li do prólogo
do livro fiquei super instigada a continuar a ler, já no primeiro parágrafo, “Senti
o carro passando por cima de meu corpo.[...] havia me cansado da solidão de mim
mesma[...]”, quando li essa frase lembrei de outro livro que li, da autora
Linda Howard – A Montanha dos MacKenzie, onde ela começa o livro com a seguinte
frase: “Necessitava de uma mulher. Urgentemente.” Depois de ler essa passagem
devorei o livro, e quando li a passagem que citei acima do livro da Adriana,
tive a mesma sensação que com o livro da Linda, “Esse livro promete!!!!”
Algo que
não posso deixar de comentar, o tema sobre as “esquisitices” do personagem
Enzo. Estou tirando o chapéu para a Adriana, parabéns! Acredito que não podemos
pré-julgar alguém por ser diferente, e achei super maravilhoso de nossa heroína
se apaixonar por ele, me lembrei também do livro “Amor Invertido – Maximiliano Souza”,
Editora MODO, já comentado aqui no blog, onde outro pré conceito é deixado de
lado para o amor prevalecer. Acho que o pré conceito e mesmo as diferenças tem
que ser tratadas de uma maneira normal ... se você pensar bem, nenhum ser
humano nasceu perfeito, pelo menos não conheço ninguém...
E agora
algo que eu adoro comentar! A capa!!! E que capa! Eu estou amando todas as
capas da Editora MODO, cada capa é uma surpresa e por enquanto uma surpresa
linda! Parabéns!! Se eu comprasse meus livros pela capa (as vezes eu faço isso)
esse com toda certeza estaria em primeiro lugar na lista!
Lançamento:
08/09 na Bienal
Estande Editora MODO
Um gostinho do livro...
Prólogo
Senti o carro
passando por cima de meu corpo. Não houve tempo de sentir dor. Estava distraída
demais com meus sentimentos. Eu quis este momento e não tinha volta, havia me
cansado da solidão e de mim mesma. Logo após uma sensação de alívio, sentindo o
corpo tão leve quanto um pena, saí de minha vestimenta corporal e me vi
flutuando acima de todos que passavam pelas ruas. Eu olhava de cima e tudo era
mágico e envolvente. Contemplava o azul do céu e agora sabia o que significava
a expressão – o voo da estirpe. Significa sentir o que as borboletas sentem
quando voam. Sei que ainda estava viva, pois sentia minha respiração, embora
não quisesse mais participar do mundo onde todos tinham um nome, uma identidade
e uma regra a seguir.
Vi
quando meu corpo foi levado para o hospital e o cordão de tecido, etéreo e
brilhante, que me ligava a ele fez com que eu seguisse a ambulância, embora
quisesse me libertar e voar além do que eu poderia imaginar. Eu estava morrendo
e, quando cheguei ao ponto de maior aflição física, comecei a ouvir um ruído
desagradável. Um zumbido alto ou toque de campainhas e, ao mesmo tempo, senti o
que restava de mim movendo-se muito rapidamente através de um longo e escuro
túnel. Assisti às tentativas de ressurreição deste ponto de vista inusitado em
um estado de perturbação emocional. Depois de algum tempo, acalmei-me e fui me
acostumando à minha estranha condição. No entanto, descobri que precisava
voltar... O momento da minha morte ainda
não havia chegado.
Eu
decidi continuar como se nada tivesse acontecido, e fiz o que meus impulsos me
pediam. Voltei a andar entre as pessoas e ouvia a voz do coração me pedindo
para entrar dentro daquele café aconchegante situado em uma das ruas de Paris.
Ele estava lá, o rapaz do paletó marrom que tanto perturbou meus sentidos.
Entrei e tudo aconteceu como se fosse real. Revivi todos os momentos que
desejava viver ao lado daquele que, um dia, se fez presente em minha vida em
uma existência anterior. Voltamos a um passado que minha mente não podia
recordar. Outra vida totalmente diferente de tudo que conhecia, muitos chamam
de vida passada. E foi isso, exatamente isso, que revivi durante o coma. Muito
embora jamais acreditasse nestas situações, foi maravilhoso. Verdade ou
mentira, fantasia ou realidade, não sei... Somente saberei depois que acordar
do coma e conseguir abrir meus olhos. Esta foi a intenção da estranha
odisseia de volta ao tempo. Algo precisava de mim, viva. Algo precisava ser
modificado no passado para libertar sofredores e libertar pessoas. Eu seria
usada para a libertação do homem que amo e estaria disposta a ir até o fim, se
conseguisse abrir os olhos.
Tudo
poderia se possível, se não fosse minha grande atração por atravessar o túnel.
Eu vi a luz. Eu precisava voltar para a vida, mas não conseguia resistir. A luz
brilhava, sentia-me profundamente atraída por ela. Sua cor era um dourado
intenso com algumas nuances em tons lilás. Eu ouvia as vozes dos médicos ao meu
redor. Eles falavam de minha pulsação e receavam me perder. Estavam quase me
declarando morta. Nada me abatia, nem mesmo o medo da morte, pois para mim,
naquele momento, ela não mais existia. Jamais senti sensação assim. Era como se
pudesse acontecer a pior tragédia envolvendo as coisas mais sagradas ou
importantes em minha vida, e mesmo assim eu não conseguia desviar minha atenção
da luz, já que dela saiu o ser mais impressionante que já havia visto - o mais
altruísta, cheio de amor, bondade, compreensão. Este ser me acalmava e me fazia
sentir vontade de sorrir e de chorar, não de tristeza, mas sim de emoção. O
amor que vinha Dele envolvia a tudo. Era algo que me refazia completamente. Ele
não falava comigo, mas era como se pudesse ouvi-lo. Sentia que a luz me
aceitava completamente. Envolvia-me com um amor tão puro capaz de me
transformar instantaneamente. [...]